Um mês após as atualizações na Banlist, o Modern apresentou uma dúzia de mudanças motivadas principalmente por dois cards: a ausência de The One Ring e a ascensão de Mox Opal que colocou alguns combos de volta no radar pela facilidade do acesso à mana gratuita.
Como esperado, o formato mudou. A predominância de The One Ring durante o ano passado realmente reduziu a diversidade do Metagame, e sem ele, a natureza do Modern começou a se curar, com o agregado dos Challenges do fim de dezembro e começo de janeiro apresentando uma quantidade saudável de arquétipos distintos no Top 32.
Assim como todo formato competitivo, entretanto, o Modern sempre terá alguns melhores decks, e esses serão mais jogados e mais presentes nos torneios do que estratégias menos confiáveis e/ou sem muitos resultados comprovados - é como o Magic competitivo sempre funcionou e continuará a funcionar dessa maneira enquanto Magic competitivo existir -, e no cerne desses arquétipos, está um nêmesis já conhecido do formato durante o segundo semestre de 2024, Boros Energy.
Apesar de perder três cards para banimentos, o Boros Energy mantém uma base muito firme de peças que garantiram sua posição de melhor deck, ou pelo menos de deck mais confiável do Modern neste começo de 2025. Amped Raptor foi rapidamente substituído por Seasoned Pyromancer enquanto os demais slots se dividem em cards de valor como Ragavan, Nimble Pilferer e Phelia, Exuberant Shepherd, ou respostas como Blood Moon e Thraben Charm.
A Decklist
Essa lista segue o padrão da maioria das versões de Boros Energy nas últimas semanas. Enquanto já aparecem listas com cards como Showdown of the Skalds no maindeck, prefiro me ater a filosofia de que, hoje, o Boros Energy é um Aggro que precisa ganhar de decks injustos na corrida enquanto possui interações que garantem fôlego no atrito - a junção de cards como Phlage, Titan of Fire’s Fury com Seasoned Pyromancer, que por sua vez interage com Phelia, Exuberant Shepherd, que interage com Ajani, Nacatl Pariah, e assim sucessivamente é o que faz esse arquétipo funcionar tão bem hoje.
O Sideboard é a parte que mais sofre mudanças a cada semana na minha lista. A versão apresentada neste artigo visa lidar com uma gama específica dos arquétipos mais jogados sem deixar outros muito de lado, mas caso um arquétipo X ou Y cresça demais nas semanas seguintes, mudanças serão necessárias para o Energy acompanhar o resto do Metagame.
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Maindeck

O coração do Boros Energy.
Apesar da perda de Amped Raptor, este deck continua a funcionar tão bem porque a interação entre todos os cards acima é extremamente poderoso, começando por Guide of Souls, que além de garantir um respiro extra contra Aggro e um fluxo quase infindável de Energia nessa lista, também transforma qualquer criatura em uma ameaça com evasão, sendo letal com Phlage, Titan of Fire’s Fury, mas igualmente impactante com qualquer outra criatura na mesa.
O ganho de vida de Guide of Souls é essencial para Ocelot Pride, um card subestimado de Modern Horizons 3 que se tornou uma staple do formato pela sua interação com Ajani, Nacatl Pariah, cuja habilidade de Planeswalker de criar fichas coloca criaturas para desencadear Guide of Souls, que desencadeia Ocelot Pride para aumentar o número de fichas criadas.
Ajani, Nacatl Pariah é, inclusive, outra das nossas principais condições de vitória. Seu pequeno erro de design permite jogar uma segunda cópia dele para desencadear o lado Planeswalker do primeiro e gerar uma quantidade absurda de valor no processo. Como temos diversas permanentes vermelhas, usar a habilidade de dano dele enquanto cria fichas também é muito fácil, transformando Ajani em um card que faz um pouco de tudo por um custo baixo.
No meio deles, há Goblin Bombardment, que devido à alta quantidade de criaturas e fichas que colocamos em jogo, se transforma em uma mistura de condição de vitória, controle de mesa e alcance extra para as criaturas durante o combate e/ou contra a vida do oponente.

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O segundo conjunto de interações.
Seasoned Pyromancer substituiu Amped Raptor na maioria das listas e garante valor positivo com cards como Phlage, Titan of Fire’s Fury enquanto coloca mais corpos na mesa para os combos dos cards acima. Ele também pode ser exilado do cemitério em partidas mais longas para criar mais fichas na mesa.
Phelia, Exuberant Shepherd pode ser visto como um slot flexível, mas suas combinações com Ajani, Nacatl Pariah ou Seasoned Pyromancer lhe garantem um lugar quase fixo no maindeck, inclusive com a possibilidade de filtrar a mão a cada turno ao blinkar Pyromancer repetidas vezes.
Phlage, Titan of Fire’s Fury é uma mistura de remoção e ameaça em um único card, além de ser nossa principal bomba para jogos mais longos. Um ETB e ataque dele com o trigger de Guide of Souls já garantem 14 de dano contra o oponente, comumente vencendo o jogo.

A interação de mesa.
Galvanic Discharge é uma remoção muito abrangente em um arquétipo que gera energia a cada turno com Guide of Souls, muitas vezes sendo uma fonte de dano tão grande ao ponto de lidar até com Primeval Titan.
Existem situações onde usar Discharge apenas para ganhar energia é uma opção viável, e geralmente, essas situações envolvem manter Static Prison na mesa por mais tempo, dado que ele é a nossa própria versão de Leyline Binding.
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Chained to the Rocks pode ser o terceiro Static Prison, mas gosto de ter uma remoção incondicional que não dependa do principal recurso que gastamos com outros cards para funcionar.
Thraben Charm faz um pouco de tudo: é uma remoção em mesas com muitas criaturas, hate de cemitério contra Murktide, Grinding Breach ou Golgari Yawgmoth, e hate de encantamentos contra várias estratégias que dependem de alguns cards dessa categoria para funcionar.

Blood Moon é uma necessidade em um Metagame onde Eldrazi Ramp e Amulet Titan estão entre os melhores decks, além de ser um card que usamos para punir bases de mana multicoloridas como as de Indomitable Creativity ou o Four-Color Rhinos.
Ragavan, Nimble Pilferer já foi um dia a melhor criatura do Modern, mas agora ele tem a função de ser basicamente um suporte para jogos onde sua mana extra faz muita diferença, como quando precisamos conjurar Blood Moon no segundo turno.

Alguns jogadores gostam de diversificar os nomes de fetch lands nas suas listas, mas enquanto você tiver quatro Arid Mesa e algum número entre 7 e 8 fetches que busquem Planícies, os nomes não importam na maioria das situações - o importante é o conjunto delas poderem buscar duas planícies para jogos de Blood Moon e encontrarem Elegant Parlor e Sacred Foundry para jogos onde precisamos da mana perfeita.
Arena of Glory é outro card bem importante com Phlage, Titan of Fire’s Fury e cria algumas aberturas explosivas com outras criaturas se acompanhado do trigger de Guide of Souls. Duas cópias parece o número ideal.
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Apesar de não ser um consenso, gosto da ideia de Sunbaked Canyon como o vigésimo-segundo terreno da lista pela ocasião de haver poucas concessões de deckbuilding em usá-lo e o draw extra ter alguma importância no longo prazo, mas ele pode ser substituído pela oitava fetch, ou pelo terceiro Elegant Parlor, ou a terceira Plains.
Sideboard

Fear, Fire, Foes! tem como principal função ser um card-trunfo na Mirror e um jeito de, na draw, segurar os avanços do oponente com Ocelot Pride e Ajani, Nacatl Pariah. Ele pode entrar contra outros Aggros ou arquétipos com muitas criaturas X/1, mas não gosto dele contra Yawgmoth, pois ele não lida com as peças-chave do arquétipo.
Chained to the Rocks é uma remoção extra para jogos onde precisamos lidar com criaturas específicas, de preferência permanentemente e sem maiores concessões de deckbuilding. Entra na mirror, mas também contra a maioria dos Midranges e até contra alguns combos.

Artefatos estão em alta no Modern desde o desbanimento de Mox Opal. Enquanto algumas listas preferem Meltdown, sinto que o card é melhor hoje contra Grinding Breach, mas deixa a desejar contra Belcher, então optei por Stony Silence que, apesar de mais frágil, é um pouco mais abrangente.
Wear // Tear é a melhor resposta padrão que temos contra artefatos e encantamentos em um único slot nas cores no Modern hoje, mesmo mais de dez anos após seu lançamento original. Há uma dúzia de partidas onde este card entra para lidar com alguma peça-chave mais problemática, mesmo quando o deck do oponente não é voltado para artefatos.
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Surgical Extraction garante uma resposta gratuita contra cards-chave de combos do oponente e um hate útil contra Unearth, Persist e outros efeitos que dão dor de cabeça em arquétipos baseados em cemitérios.
Ghost Vacuum é uma peça complementar de hate de cemitério que nos beneficia nos jogos mais longos com uma habilidade que permite “roubar” criaturas do oponente. Essa segunda habilidade, apesar de raramente ativada, torna do card tão abrangente que ele entra até na mirror.

De Cascade até Escape, Drannith Magistrate voltou a ser uma staple do Modern por lidar com diversos decks que estão em alta no Metagame hoje, e nosso principal foco em jogos onde ele entra é capitalizar ao máximo nos um, ou dois turnos “extras” que ele garante.
Obsidian Charmaw tem função parecida, mas contra arquétipos de Big Mana como Eldrazi Ramp, Amulet Titan, ou Tron, e com o bônus de ser um 4/4 que pode entrar em jogo por até , apesar de, normalmente, custar
contra as estratégias mais famosas dessa categoria hoje.
Guia de Sideboard
Boros Energy
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Dimir Murktide
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Temur Eldrazi
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Grinding Breach
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Amulet Titan
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Ruby Storm
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Belcher
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Golgari Yawgmoth
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Four-Color Creativity
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Domain Rhinos
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Finalizando
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