Standard: Dimir Midrange - Deck Tech e Guia de Sideboard

Faltam poucas semanas antes do lançamento oficial de Wilds of Eldraine, e enquanto a nova edição parece promissora para o Standard, hoje o formato vive um Metagame definido por um arquétipo, o Dimir Midrange.

Sua combinação de card advantage, ameaças eficientes e a inclusão de alguns dos melhores cards do formato, ao lado de uma base de mana mais confortável do que as variantes de três cores, o torna a opção ideal para o cenário competitivo, e para os jogos ranqueados do Magic Arena.

Neste artigo, disseco a nova versão do Dimir Midrange, baseada na lista ganhadora do último Showcase Challenge, e avalio quais cards da próxima expansão podem se destacar nele.

A lista baixo é baseada no deck utilizado pelo jogador kbol para ganhar o Standard Showcase Challenge, em 19 de agosto.

Enquanto o resto do formato busca adaptações para ter uma partida mais eficiente contra ele, o Dimir Midrange se adapta para jogar a mirror, com mais Planeswalkers e cards de atrito em detrimento de outras peças que funcionam em Metagames distintos.

Uma exclusão notória é a de Graveyard Trespasser, criatura que funciona como ameaça eficiente, lifegain e hate de cemitério em um único slot, sendo uma escolha decente contra diversas partidas. Porém, o formato hoje o torna menos impactante, dado que diversas listas abdicaram da recursão de Gix's Command em prol de Sheoldred, card capaz de ganhar jogos por conta própria.

Minha versão usa apenas uma cópia da Sheoldred de March of the Machine no Sideboard, porque o Metagame do Magic Arena difere dos Challenges, e temos uma diversidade mais ampla de decks nele, com uma presença maior dos Aggros, e já abrimos concessões o suficiente para as partidas de atrito, com cópias extras de Planeswalkers, para não desejar pelo menos um Gix's Command no maindeck para segurar uma mesa cheia.

Esse raciocínio também foi aplicado ao Sideboard, onde Path of Peril e Parasitic Grasp entram para conter a velocidade dos Aggros por turnos suficientes até podermos estabilizar o jogo com Sheoldred, the Apocalypse.

Maindeck

Nossos primeiros turnos costumam girar em torno de conjurar uma dessas ameaças acompanhada de uma remoção para o turno anterior ou seguinte.

Evolved Sleeper é multifuncional nessa lista: por uma mana, ele é pouco relevante, por duas, se torna um bloqueador decente contra Aggro, e se investirmos mana o suficiente, o tornamos uma fonte de card advantage. Logo, seja no primeiro ou no décimo turno, este card sempre terá alguma utilidade no jogo.

Faerie Mastermind, além de ser nossa única ameaça voadora, está bem posicionado no Standard hoje, onde diversos cards das principais estratégias hoje tendem a comprar cards adicionais no turno do oponente, como Spirited Companion, Wedding Announcement, Skystrike Officer e Raffine, Scheming Seer.

No terceiro turno, queremos jogar um Planeswalker e começar a extrair valor do nosso oponente. Seja através da disrupção que Liliana of the Veil oferece, ou com os draws recorrentes de Kaito Shizuki.

Manter qualquer um desses cards na mesa oferece grande risco a maioria dos oponentes. Logo, é comum eles se tornarem pseudo-Time Walks caso a nossa mesa esteja vazia.

A maioria das nossas vitórias ocorrem em torno da criatura mais forte do formato, Sheoldred, the Apocalypse. Na verdade, tudo nessa lista parece composto para amplificar as habilidades da pretora Phyrexiana, visto quantas permanentes e cards que usamos se importam em comprar cards ou fazer o oponente comprar cards.

Sheoldred é a nossa principal ameaça. Se desvirarmos com ela, precisamos extrair o máximo que podemos dela, seja com remoções para atrasar a partida, ou com as habilidades ativadas de nossos Planesewalkers, Evolved Sleeper e Faerie Mastermind.

Tenacious Underdog e Gix, Yawgmoth Praetor são outras criaturas que interagem com Sheoldred, enquanto também funcionam como ameaças individuais eficientes. Gix, em especial, gera uma quantia absurda de valor ao lado de Faerie Mastermind contra a maioria dos decks mais jogados, que contam com poucas criaturas voadoras.

Nosso pacote de remoções.

Há momentos em que eu gostaria de uma quarta cópia de Go for the Throat e/ou de Cut Down para as partidas contra Aggro, mas o Standard está em uma situação onde deixar certas mágicas resolverem é mais importante do que removê-las de jogo depois, então devemos priorizar counterspells ao invés de remoções.

E para garantirmos que cards mais problemáticos, como The Wandering Emperor, Wedding Announcement, Breach the Multiverse e Atraxa, Grand Unifier coloquem o oponente a frente na partida, temos Make Disappear como nosso principal counterspell, e um do qual podemos amplificar o uso graças ao número alto de criaturas na nossa lista, além dos tokens criados por Kaito Shizuki.

Ertai Resurrected é uma das criaturas mais eficientes do formato, servindo como uma resposta excelente tanto para uma criatura ou Planeswalker que já entrou em jogo, quanto para proteger nossas jogadas de uma The Wandering Emperor ou evitar que uma bomba caia no campo de batalha do oponente conforme a partida se estende.

Por fim, mas não menos importante, Gix's Command é uma resposta flexível contra diversas situações em um Metagame aberto: ele é um sweeper e lifegain contra Aggro, uma remoção eficiente contra Midranges, e recursão contra Control. Pode-se optar por uma cópia de Sheoldred em seu lugar, mas o feitiço de The Brothers' War parece mais eficiente na ranqueada do Magic Arena.

Não há muito mistério na base de mana: um set de todas as duais que entram em jogo desviradas, cópias pontuais das Channel Lands, e também de Mirrex como um produtor de tokens no late-game, e Raffine's Tower como um terreno que podemos utilizar para comprar um card no late-game.

Sideboard

Duress é o card mais flexível do nosso sideboard: há jogos em que você quer mais ou menos cópias dele com base no que você vê na lista do seu oponente. A melhor maneira de considerar quantas cópias você precisa nos Games 2 e 3 é avaliar quais são as opções no sideboard do seu oponente que você pode retirar com elas, ou quais peças-chave do maindeck deles é suscetível ao descarte.

Disdainful Stroke é uma resposta limpa para os arquétipos que buscam acrescer a curva de mana, e possui uma quantidade ampla de alvos válidos no Metagame atual, seja com ameaças, como Atraxa, Grand Unifier e Sheoldred, the Apocalypse, até respostas ou cards problemáticos, como Sunfall e Serra Paragon.

A cópia solitária de Negate se deve às situações onde precisamos proteger nossas ameaças ou precisamos lidar com um card-chave barato no late-game, como Wedding Announcement.

Nosso pacote anti-Aggro.

A inclusão de Path of Peril ao invés de Glistening Deluge se deve a amplitude de alvos que ela abrange, de Soldados de custo baixo, criaturas do Mono Red Aggro, até algumas criaturas de early-game do Esper Legends, e com a flexibilidade de lidar também com as fichas criadas por cards como Herd Migration e Hallowed Haunting.

Gostaria de mais uma cópia de Parasitic Grasp. No entanto, ela parece condicional demais para um Metagame que não está pautado entre os decks Aggro. Sua inclusão ao invés da quarta cópia de Cut Down se deve ao "turno extra" que ela oferece com o seu lifegain, o que muitas vezes significa o turno que você precisa para conjurar Gix's Command e recuperar o fôlego.

E por falar em Gix's Command, apesar de sua flexibilidade, é mais comum usá-lo nas partidas contra Aggro por conta do seu modo de sweeper e Lifegain. Logo, podemos o considerar como integrante do nosso pacote contra essas partidas.

Nosso pacote de atrito.

O maindeck já está bem preparado contra decks de late-game, então não precisamos dedicar tantos slots para lidar com esses jogos. Porém, tanto Phyrexian Arena quanto Sheoldred são essenciais para manter o fôlego nos jogos 2 e 3.

Dimir Midrange

IN

OUT

Esper Control

IN

OUT

Azorius Midrange

IN

OUT

Azorius Soldiers

IN

OUT

Mono Black Midrange

IN

OUT

Selesnya Enchantments

IN

OUT

Mono Red Aggro

IN

OUT

IN

OUT

Orzhov Breach

IN

OUT

Atraxa Ramp

IN

OUT

No momento da escrita deste artigo, os previews de Wilds of Eldraine continuam em andamento. Logo, não temos acesso a todos os cards para avaliarmos quais podem encontrar espaço no Dimir Midrange.

Abaixo, estão algumas opções que merecem alguns testes no arquétipo.

Não creio que, hoje, o Dimir Midrange conte com enablers o suficiente para tornar de Beseech the Mirror uma prioridade, mas alguns dos outros cards úteis para o arquétipo na edição criam fichas ou são de um tipo de permanente que pagam o custo de Barganha, e ter acesso à qualquer card do seu deck e conjurá-lo de graça por quatro manas - aos moldes de Bring to Light - é um efeito suficientemente útil para merecer uma menção honrosa.

Lord Skitter, Sewer King é um excelente habilitador para Beseech the Mirror, enquanto também é decente por conta própria, e demanda uma resposta imediata para não dominar o jogo sozinho ao lado de remoções e counterspells. Até o momento, ele é o melhor card preto autossuficiente da nova edição para o Standard.

Todos os módulos de The Witch's Vanity são relevantes, e isso pode ser o suficiente para que ele mereça um slot ou dois caso o Metagame se torne mais agressivo.

Um Last Gasp que se transforma em um Debtors' Knell no late-game é poderoso o suficiente para virar um excelente mecanismo de valor. No entanto, o fato da sua remoção ser em sorcery-speed coloca o encantamento numa posição sensível nas listas de Dimir.

Copiar Sheoldred, the Apocalypse com Likeness Looter foi o sonho de muitos jogadores quando o card foi revelado. No entanto, por não gerar card advantage por conta própria, ele parece menos flexível do que a maioria das criaturas do deck hoje, e seu corpo é bem menos impressionante quando queremos pressionar ou bloquear, mas ela merece um teste nos slots que pertencem à Tenacious Underdog.

Talion, the Kindly Lord é uma peça de sideboard interessante contra listas que possuem uma curva de mana muito fechada. Infelizmente, ele compete em valores de mana com Sheoldred, the Apocalypse e Ertai Resurrected, e não parece tão bom contra a maioria do Metagame atual.

Nosso early-game é bem proativo com Evolved Sleeper, Faerie Mastermind e Planeswalkers, então não creio que The Irencrag mereça um espaço na lista a menos que sejamos obrigados a aumentar nossa curva de mana em detrimento do nosso early-game. Só que The Irencrag é a primeira pedra de mana incondicional de custo dois em muitos anos, e merece uma menção honrosa.

O Dimir Midrange é o atual melhor deck do Standard, e enquanto o Metagame ainda busca meios de se adaptar a ele, Wilds of Eldraine trará uma porção significativa de novos cards para diversas estratégias enquanto, até agora, não parece solidificar ainda mais sua posição.

Ao que tudo indica, ele ainda será um dos principais competidores após o lançamento da nova expansão, mas pode perder o espaço de "melhor estratégia absoluta" que retém hoje devido aos upgrades dos demais arquétipos.

Obrigado pela leitura!